
Déficit comercial dos EUA sobe mais do que o esperado devido ao aumento das importações

O déficit comercial dos Estados Unidos aumentou mais do que o previsto em julho, segundo dados oficiais publicados nesta quinta-feira (4), devido a um aumento nas importações pouco antes das novas tarifas alfandegárias entrarem em vigor.
Segundo o Departamento de Comércio, o déficit comercial geral cresceu 32,5% em julho, chegando a 78,3 bilhões de dólares (R$ 439 bilhões, na cotação de julho).
Nesse mês, as importações registraram um aumento de 5,9%, alcançando 358,8 bilhões de dólares (R$ 2 trilhões), enquanto as exportações marcaram o crescimento de apenas 0,3%, chegando a 280,5 bilhões de dólares (R$ 1,6 trilhão).
O site Briefing.com previa, com base em um consenso de analistas, um saldo negativo muito menor, de 64,2 bilhões de dólares (R$ 360 bilhões).
Os observadores da Pantheon Macroeconomics acreditam que o crescente déficit comercial está relacionado à "outra onda de movimentos pré-tarifários".
Em abril, o presidente Donald Trump impôs uma tarifa de 10% sobre quase todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos, mas adiou as mesmas duas vezes, até o início de agosto, um plano para aumentar estas taxações a dezenas de economias, incluindo parceiros estratégicos como a União Europeia, o Japão e a Índia.
De acordo com os analistas, as empresas que aumentaram suas importações para antecipar as tarifas estão esgotando seus estoques, sinalizando que provavelmente deverão efetuar novas compras a custos mais elevados.
Segundo dados do Departamento de Comércio, entre os setores que mais aumentaram suas importações estão os de suprimentos industriais e bens de consumo.
O déficit com a China aumentou 5,3 bilhões de dólares (R$ 30 bilhões) em julho, chegando 14,7 bilhões de dólares (R$ 82,3 bilhões).
O México, com 16,6 bilhões de dólares (R$ 93 bilhões) positivos, e principalmente o Vietnã, com 16,1 bilhões de dólares (R$ 90,2 bilhões), aparecem como os países que melhor aproveitam a reorientação dos fluxos comerciais para os EUA.
O déficit com a União Europeia continua se reduzindo, chegando a 8,6 bilhões de dólares (R$ 48,1 bilhões).
R. Borges--JDB