
Governo de Trump impõe novas restrições ao acesso de Harvard a fundos

O governo de Donald Trump impôs nesta sexta-feira (19) novas restrições ao acesso de Harvard a fundos federais, e abriu uma nova frente em sua repressão sem precedentes contra a prestigiada universidade americana.
Desde seu retorno à Casa Branca em janeiro, Trump acusou o centro educacional de servir como terreno fértil para a ideologia "woke", um termo pejorativo usado pela direita para designar as políticas de promoção da diversidade.
O Departamento de Educação anunciou nesta sexta-feira em um comunicado que colocou Harvard sob o status de "monitoramento elevado de caixa (HCM, sigla em inglês)". A decisão baseia-se em "preocupações crescentes sobre a posição financeira da universidade".
A mudança de status exige que a universidade utilize seus próprios recursos para pagar os pacotes de auxílio financeiro estudantil que o governo federal prometeu. A escola deverá solicitar reembolsos ao governo posteriormente.
"Os estudantes continuarão tendo acesso a financiamento federal, mas Harvard estará obrigada a cobrir os desembolsos iniciais como uma medida de proteção para garantir que gaste os fundos dos contribuintes de maneira responsável", disse o Departamento.
Além disso, funcionários federais pediram que Harvard "publique uma carta de crédito irrevogável no valor de 36 milhões de dólares [191,7 milhões de reais]" para "cobrir possíveis responsabilidades e garantir" que cumpra com suas obrigações financeiras.
A medida chega após uma vitória judicial de Harvard sobre o governo de Trump, quando uma juíza revogou o congelamento de fundos de 2,6 bilhões de dólares (13,8 bilhões de reais) no início de setembro.
Funcionários de Trump também acusam Harvard e outras universidades de não protegerem suficientemente seus estudantes judeus durante protestos pró-palestinos.
Harvard negou essas alegações e afirma que o governo federal quer controlar as contratações, as admissões e o plano de estudos da escola.
Harvard não comentou sobre as novas restrições de financiamento federal, mas anunciou na sexta-feira que começou a recuperar alguns desses fundos congelados.
"Estamos satisfeitos em ver a distribuição de 46 milhões de dólares [245 milhões de reais] em fundos de pesquisa do Departamento de Saúde e Serviços Humanos. Este é um passo inicial, e esperamos continuar vendo o financiamento restaurado por todas as agências federais".
R. Borges--JDB