Venezuela liberta 18 colombianos que estavam detidos em seus presídios
Em meio a abraços e lágrimas, 18 colombianos se reencontraram, nesta sexta-feira (24), com seus familiares perto da fronteira com a Venezuela depois de serem libertados por autoridades deste país, que os mantinham detidos em diferentes presídios.
A Chancelaria da Colômbia mediou a libertação ao longo de um processo que implicou "meses de diálogos e coordenação diplomática", segundo um boletim.
"Recebemos os 18 libertados detidos sem processo na Venezuela, 17 homens e uma mulher", disse a ministra das Relações Exteriores, Rosa Villavicencio, na cidade fronteiriça de Cúcuta. Em um balanço divulgado mais cedo, a pasta tinha informado 17 libertados.
A Venezuela registra diversas denúncias de violações dos direitos humanos e prisões políticas após a controversa reeleição do presidente Nicolás Maduro, em julho de 2024.
Não se sabe quais são os crimes pelos quais foram acusados os detidos neste país, mas organizações de defesa dos direitos humanos denunciam abusos e falta de garantias judiciais para os detentos.
Os libertos se atiraram nos braços dos familiares em um reencontro emocionado.
"Estamos aqui no lado da Colômbia, realizando a triagem e falando com eles, ouvindo seus testemunhos. A maioria se encontrou com as famílias. Foi muito emocionante", disse a chanceler.
Segundo a autoridade migratória, os colombianos não têm "antecedentes" nem requerimentos no país.
De acordo com a imprensa local, cerca de 20 colombianos ainda estão presos na Venezuela, acusados de planos de espionagem e conspiração contra o governo.
"Ainda restam alguns detidos (...) A prioridade são os concidadãos, seus direitos humanos, e continuaremos com as negociações" para conseguir sua libertação, disse Villavicencio, sem detalhar de quantos presos se trata.
O governo do presidente colombiano, Gustavo Petro, não reconheceu a vitória de Maduro para um terceiro mandato consecutivo, mas manteve abertos os canais diplomáticos com a Venezuela.
Ambos os países têm fortalecido seus laços diante da ofensiva militar dos Estados Unidos no Caribe e no Pacífico, com ataques mortais a supostas embarcações do tráfico de drogas.
Maduro afirmou que 50 colombianos identificados como "mercenários" estão presos na Venezuela.
Até 7 de outubro havia 845 presos políticos na Venezuela, segundo o balanço mais recente da organização Foro Penal.
Muitos destes presos são processados por delitos como "incitação ao ódio" e "terrorismo", punidos com penas entre 10 e 30 anos, a máxima no país.
H. Garcia--JDB