
Chanceler iraniano vai discursar no Conselho de DH da ONU em Genebra

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, discursará nesta sexta-feira (20) em Genebra no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, anunciou um porta-voz do organismo da ONU.
Com a campanha militar israelense no Irã entrando na segunda semana, Araghchi "discursará presencialmente (...) no início da reunião vespertina do conselho", às 13h00 GMT (10h00 de Brasília), afirmou o porta-voz do conselho, Pascal Sim.
Uma porta-voz da ONU acrescentou que Daniel Meron, embaixador de Israel na ONU em Genebra, vai falar com os jornalistas um pouco antes.
Araghchi viaja a Genebra para se reunir ainda nesta sexta-feira com os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França e Reino Unido, além da chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas.
Eles discutirão o programa nuclear de Teerã, que Israel pretende desmantelar com seus ataques. O governo israelense suspeita que a República Islâmica, apesar de seus desmentidos, busca desenvolver uma bomba atômica.
O ministério francês indicou que o encontro deve servir para "convocar um retorno ao caminho diplomático e para prosseguir com as negociações sobre o programa nuclear iraniano".
Araghchi também falou sobre os Estados Unidos, país que está examinando se deve unir-se à campanha militar israelense no Irã.
O chanceler afirmou em uma entrevista exibida nesta sexta-feira que se recusa a negociar com os Estados Unidos enquanto Israel prosseguir com os ataques contra seu país.
"Os americanos enviaram mensagens pedindo negociações sérias. Mas deixamos claro que, enquanto a agressão não terminar, não haverá espaço para a diplomacia e o diálogo", disse.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quinta-feira por meio da porta-voz da Casa Branca que decidirá "nas próximas duas semanas" se envolverá seu país na ofensiva israelense.
Israel iniciou em 13 de junho uma campanha de ataques aéreos contra o Irã, alegando que Teerã estava prestes a produzir uma arma nuclear. Os iranianos responderam com lançamentos de mísseis e drones.
A primeira semana de confrontos entre os dois rivais do Oriente Médio deixou pelo menos 224 mortos no Irã e 25 em Israel, que também matou vários comandantes militares e cientistas iranianos e danificou a infraestrutura nuclear do país.
S. dos Reis--JDB