Presidentes do COI e da Wada pedem união contra o doping
A presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Kirsty Coventry, e o presidente da Agência Mundial Antidoping (Wada), Witold Banka, pediram nesta terça-feira (2) união após o atrito da entidade de combate ao doping com os Estados Unidos.
"Com muita frequência, vemos energia sendo desperdiçada em divisões, acusações e agendas conflitantes", alertou Coventry na Conferência Mundial da Wada sobre Doping no Esporte, que está sendo realizada esta semana na cidade sul-coreana de Busan.
"É difícil observar essa divisão dentro da nossa comunidade", acrescentou a dirigente, que assumiu a presidência do COI em junho, substituindo o alemão Thomas Bach, após vencer as eleições em março.
Este apelo surge um ano e meio depois de a Wada ter decidido não punir 23 nadadores chineses que testaram positivo em 2021, considerando válido o argumento das autoridades da China de que os atletas foram contaminados através da comida em um hotel enquanto estavam concentrados.
A Wada não considerou abrir uma investigação independente e foi muito criticada, especialmente pela Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA).
- Desunião beneficia os "trapaceiros" -
"Só existe uma luta que deveríamos travar e é a luta contra o doping, mas ao invés disso, às vezes, estamos lutando uns contra os outros", reiterou Coventry em Busan.
"Os únicos beneficiados esta desunião são os trapaceiros que usam drogas", acrescentou.
Banka expressou sentimentos semelhantes: "Recentemente, algumas vozes optaram pelo confronto ao invés da cooperação, falando como se suas nações ou instituições estivessem acima das outras, como se somente eles agissem com integridade".
O atrito entre a Wada e os dirigentes da USADA coincide também com a realização, em maio de 2026, em Las Vegas, dos "Enhanced Games" ("Jogos Aprimorados"), uma nova competição em que o doping é regulamentado e permitido.
"A luta contra o doping não pertence a uma nação ou a uma pessoa. Vamos nos unir, sem divisão por fronteiras ou ideologias, mas unidos pela responsabilidade", concluiu Banka.
L. Araujo--JDB