
Universidad de Chile apresenta denúncia por violência em jogo na Argentina contra Independiente

A Universidad de Chile apresentou uma queixa à justiça argentina nesta segunda-feira (25) pelos atos de violência sofridos por seus torcedores na quarta-feira, durante uma partida da Copa Sul-Americana contra o Independiente, em Buenos Aires.
"A justiça argentina deve conduzir uma investigação para determinar os responsáveis e aplicar as sanções estabelecidas por lei", afirmou o clube chileno em um comunicado, que relatou o encontro entre seu presidente, Michael Clark, e o promotor que investiga o caso, Mariano Zitto.
A violenta briga entre torcedores do Independiente e da Universidad de Chile no estádio Libertadores de América, em Avellaneda, ao sul de Buenos Aires, deixou 19 feridos, dois dos quais permanecem hospitalizados em estado grave, e mais de 100 detidos, que foram liberados na sexta-feira.
Torcedores dos dois times se agrediram com facas, cassetetes e bombas de efeito moral dentro do estádio, em um dos piores atos de violência dos últimos anos no futebol latino-americano.
A partida, válida pela segunda partida das oitavas de final da Sul-Americana, foi suspensa aos 48 minutos e posteriormente cancelada.
A denúncia "é dirigida a todas as autoridades e agentes municipais, provinciais e nacionais responsáveis pela organização e coordenação do evento", informou a assessoria de imprensa da equipe chilena à AFP.
- "Desordem organizacional" -
O Independiente informou no domingo que "25 dos delinquentes" que supostamente participaram dos violentos confrontos em seu estádio já foram identificados pelas autoridades, que "estão avançando nas operações para prender os responsáveis".
No entanto, em entrevista ao jornal partidário Muy Independiente na tarde desta segunda-feira, o promotor Zitto afirmou que nem o clube argentino nem as forças de segurança o informaram ainda sobre as identidades dessas 25 pessoas.
Zitto considerou que "no mínimo, houve desordem organizacional" durante a partida e disse que investigará as ações da segurança privada e sua coordenação com a polícia.
"Dos 4 mil torcedores chilenos, 300 realizaram os distúrbios que deram início a tudo isso, e depois houve dezenas de milhares do Independiente, e um pequeno número gerou a outra situação. Havia famílias inteiras de ambos os lados que vieram para desfrutar de um evento esportivo", observou o promotor.
Axel Kicillof, governador da província de Buenos Aires, onde fica o estádio Libertadores de América, apontou a responsabilidade da Conmebol nesta segunda-feira e disse que o ocorrido "está sendo resolvido judicialmente".
"Obviamente, aconteceu algo que foi selvagem. Selvagem por parte da torcida chilena (...) e depois selvagem quando alguns torcedores do Independiente apareceram", disse ele à Radio con Vos.
Segundo a Conmebol, a segurança da partida estava a cargo do Independiente. A operação foi questionada por diversas vozes, incluindo a do presidente chileno, Gabriel Boric, que denunciou um "linchamento inaceitável de chilenos".
A. Martins--JDB