OCDE eleva previsões de crescimento de 2025 para EUA, China e zona do euro
Os protagonistas da economia mundial — Estados Unidos, China e zona do euro — registrarão um crescimento maior do que o previsto inicialmente em 2025, apesar do impacto das tarifas e das incertezas políticas, segundo as previsões atualizadas divulgadas nesta terça-feira (2) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A organização, no entanto, alerta sobre futuras "fragilidades" vinculadas a eventuais novas tarifas ou a uma generalização de restrições às exportações de produtos críticos, como terras raras.
"A economia mundial foi resiliente este ano, apesar dos temores de uma desaceleração mais acentuada devido ao aumento dos obstáculos ao comércio e à forte incerteza relacionada à ação pública", destaca o relatório.
Após um crescimento de 3,3% em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial deve registrar uma leve desaceleração, a 3,2% em 2025 e 2,9% em 2026, sem alterações na comparação com as previsões de setembro. Em 2027, o resultado deve crescer a 3,1%.
Entre os fatores de resistência, a OCDE cita a antecipação do aumento das tarifas, os investimentos relacionados à IA, a redução das taxas de juros por parte dos bancos centrais e as políticas fiscais de apoio à demanda.
Os Estados Unidos registram um avanço de 0,2 ponto na previsão de crescimento para 2025 e 2026, a 2% e 1,7% respectivamente, apesar da deterioração no mercado de trabalho, da inflação persistente e da "fragilidade temporária" do bloqueio orçamentário.
A maior economia mundial resiste melhor ao impacto das tarifas e ao retrocesso da imigração líquida, compensados por "investimentos muito importantes em software e equipamentos de processamento de informação, além do bom desempenho dos mercados de ações".
A zona do euro também melhora sua previsão para 1,3% em 2025 (+0,1 ponto em relação a setembro) e para 1% em 2026 (+0,2 ponto), embora com sua maior economia, a Alemanha, com um leve crescimento de 0,3% (sem mudanças) em 2025 e 1% em 2026 (-0,1 ponto).
Penalizada pela instabilidade política e orçamentária, a França deve registrar crescimento de 0,8% (+0,2 ponto) este ano, impulsionado pelas exportações aeronáuticas e pelos investimentos das empresas, e de 1% (+0,1 ponto) em 2026.
A organização com sede em Paris aponta que em muitas economias de mercado emergentes, "o crescimento do PIB também resistiu surpreendentemente bem", como na China, cuja previsão sobe para 5% (+0,1 ponto) em 2025 e permanece estável para 2026, a 4,4%.
O Brasil, maior economia da América Latina, deve crescer 2,4% (+0,1 ponto) em 2025, antes de uma desaceleração a 1,7% em 2026, consequência do impacto do aumento das taxas de juros nos investimentos, segundo o relatório.
L. de Freitas--JDB