
França tem mais de mil cancelamentos no 2º dia da greve dos controladores de voos

Mais de mil voos foram cancelados na França, nesta sexta-feira (4), no segundo e último dia da greve dos controladores de tráfego aéreo, medida que interrompeu o início das férias de verão no país e em toda a Europa.
Centenas de milhares de pessoas já haviam sido afetadas na véspera por esta greve, convocada por dois sindicatos minoritários que reivindicam melhores condições de trabalho e mais funcionários.
A Direção-Geral da Aviação Civil (DGAC) estimou que 1.125 voos com partida e chegada em aeroportos franceses foram cancelados nesta sexta-feira, em comparação com 933 na quinta-feira. O aviso de greve está em vigor até a noite desta sexta-feira, portanto, não são esperadas interrupções no sábado.
Lara, de 30 anos, deveria voar de Paris para Berlim com seu companheiro para visitar amigos.
"O voo estava programado para quinta-feira à tarde, mas na quarta-feira fomos informados que havia sido cancelado. Conseguimos outra passagem gratuita para sexta-feira à tarde, mas ela também foi cancelada", contou à AFP.
"Tivemos que comprar passagens de trem de emergência. O resultado foi um custo adicional de 100 euros [R$ 636,9] e várias horas a mais de viagem", acrescentou.
Cerca de 350 mil pessoas passam pelos principais aeroportos de Paris todos os dias durante o verão.
Em Nice, no sul da França, o segundo aeroporto mais movimentado da Europa para aviões executivos registrou o cancelamento de metade de seus voos comerciais (quase 220 nesta sexta-feira), além de quase todos os voos de jatos particulares.
O primeiro-ministro francês, François Bayrou, chamou a greve de "surpreendente" na quinta-feira e acusou os grevistas de "fazerem os franceses reféns" em um dia em que "todos saem de férias".
A greve teve um impacto para além das fronteiras da França.
A principal associação de companhias aéreas da Europa, a Airlines for Europe (A4E), estimou que um total de 1.500 voos seriam cancelados na quinta e na sexta-feira, "afetando quase 300 mil passageiros" em todo o continente.
R. do Carmo--JDB