Megaoperação contra o tráfico no Rio deixa ao menos 18 mortos
Ao menos 18 suspeitos e vários policiais morreram nesta terça-feira (28) durante "a maior operação da história do Rio de Janeiro" contra o tráfico de drogas, informou o governador do estado, Cláudio Castro (PL).
"Agora temos 56 criminosos presos até o momento e 18 criminosos neutralizados", declarou Castro em coletiva de imprensa. "Temos casos de policiais infelizmente mortos e alguns sendo já atendidos, também por causa da força da operação", acrescentou, sem fornecer um número.
Cerca de 2.500 policiais participam da "Operação Contenção" para "combater a expansão territorial do Comando Vermelho", a maior organização criminosa do Rio de Janeiro, informou o governo do estado na rede X.
Os policiais entraram de madrugada nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade, a bordo de 32 veículos blindados.
Dois helicópteros e vários drones acompanham a operação, que ainda está em andamento.
Um fotógrafo da AFP viu dezenas de policiais fortemente armados na comunidade Vila Cruzeiro, na Penha, e prenderam vários homens, a maioria descalços e sem camisa.
"Os batalhões estão em prontidão" para possíveis represálias, acrescentou o governador.
Castro também publicou no X um vídeo de um drone lançando um projétil do céu.
"É assim que a polícia do Rio de Janeiro é recebida pelos criminosos: com bombas lançadas por drones", afirmou.
Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) impôs algumas restrições a essas operações nas favelas, como a limitação do uso de helicópteros e da atuação em áreas próximas a escolas ou postos de saúde.
Essas medidas, no entanto, foram suspensas este ano por decisão do Supremo.
Especialistas e organizações de defesa dos direitos humanos criticam esse tipo de abordagem, alegando que tem pouca eficácia contra as organizações criminosas.
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) anunciou que exigirá "explicações sobre as circunstâncias da ação, que transformou novamente as favelas do Rio em cenário de guerra e barbárie", em mensagem enviada à AFP pela deputada estadual Dani Monteiro (PSOL), presidente da comissão,
Em 2024, cerca de 700 pessoas morreram em intervenções policiais no Rio, quase duas por dia.
L. Araujo--JDB