
Justiça da Colômbia nega pedido do ex-presidente Uribe para recorrer de sua condenação em liberdade

Um tribunal de Bogotá negou nesta segunda-feira (4) um pedido do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe para recuperar sua liberdade enquanto apela da histórica sentença de 12 anos de prisão domiciliar por acusações de suborno e fraude processual.
Uribe, principal figura da direita colombiana, foi condenado na semana passada por um tribunal de primeira instância por tentar subornar paramilitares para que o desvinculassem desses violentos esquadrões antigerrilha.
Desde a última sexta-feira, quando a sentença foi proferida, ele cumpre prisão domiciliar em sua casa no município de Rionegro, a cerca de 30 km de Medellín. A juíza ordenou sua prisão por considerar que há risco de fuga.
Seus advogados, no entanto, argumentam que essa justificativa não tem fundamento e solicitaram nesta segunda-feira ao Tribunal Superior de Bogotá a "restituição imediata da liberdade" do ex-presidente.
No mesmo dia, um juiz dessa corte decidiu "não decretar a medida provisória' solicitada pela defesa do ex-mandatário, ao considerar que o pedido 'não cumpre os padrões de urgência" exigidos pela legislação colombiana, segundo a decisão judicial.
Uribe, de 73 anos, é um dos políticos mais influentes do país e se tornou o primeiro ex-presidente colombiano condenado e privado de liberdade após ser declarado culpado por obstruir a justiça e manipular testemunhas para evitar ser vinculado a paramilitares.
Segundo sua denúncia, o julgamento foi politizado, sob pressão da esquerda, atualmente no poder.
Seu partido, o Centro Democrático, convocou marchas em todo o país em 7 de agosto para defender o político, muito popular na Colômbia por sua luta política e mão de ferro contra a guerrilha.
Uribe tem até 13 de agosto para apresentar por escrito seus argumentos para a apelação.
Depois, o caso será encaminhado a outra sala do tribunal de segunda instância de Bogotá, que tem até 16 de outubro para ratificar a condenação ou revogá-la, absolvendo-o. Se exceder esta data, o processo será arquivado.
Esta condenação abre o caminho para outras investigações contra Uribe que o vinculam aos paramilitares e suas graves violações aos direitos humanos nos piores anos do conflito armado.
P.F. da Conceiçao--JDB